O Ronco, o Sono e o Coração: Uma Conexão Silenciosa que Seu Otorrino Quer Revelar
- Bruno Rossini
- 4 de nov.
- 5 min de leitura
Prezados leitores e pacientes, sejam muito bem-vindos ao blog da Oto One. Sou o Dr. Bruno Rossini, médico otorrinolaringologista com duas décadas de dedicação à saúde do ouvido, nariz e garganta. Minha jornada profissional sempre foi pautada pela busca de um entendimento mais profundo e integral do bem-estar de cada indivíduo.
Hoje, trago um tema de relevância crescente e, infelizmente, muitas vezes subestimado: a intrínseca relação entre a qualidade do seu sono e a saúde do seu coração. Especificamente, vamos desvendar as consequências cardiovasculares da Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS).
A SAOS não é apenas um "ronco alto" ou "noites mal dormidas". É uma condição clínica séria, caracterizada por repetidas interrupções ou reduções significativas do fluxo aéreo durante o sono. Essas pausas respiratórias podem ocorrer dezenas, ou até centenas, de vezes por hora.
Imagine o impacto de um "mini-sufocamento" repetido noite após noite. Cada episódio de apneia provoca uma queda nos níveis de oxigênio no sangue (hipoxemia), disparando um alarme no seu corpo.
Essa resposta fisiológica de estresse libera hormônios como a adrenalina e o cortisol, que por sua vez, elevam a frequência cardíaca, aumentam a pressão arterial e contraem os vasos sanguíneos. É um verdadeiro bombardeio ao sistema cardiovascular.
Ao longo do tempo, essa cascata de eventos inflamatórios e de estresse oxidativo causa um desgaste silencioso, mas progressivo, no seu coração e nos seus vasos. As consequências podem ser devastadoras, estendendo-se muito além do cansaço diurno.
A boa notícia é que, com um diagnóstico preciso e um plano de tratamento individualizado, é possível controlar a SAOS e proteger a saúde do seu coração. É aqui que a colaboração entre diferentes especialidades médicas se torna essencial.
Na Oto One, acreditamos na importância de uma abordagem integral. Por isso, tenho o privilégio de colaborar com colegas cardiologistas, pneumologistas e outros especialistas, garantindo que nossos pacientes recebam o cuidado mais completo e eficaz possível.
Um exemplo disso é a nossa conversa com o Dr. Antônio Bacelar, renomado cardiologista do Hospital Israelita Albert Einstein. Tivemos uma profunda discussão sobre como a apneia do sono "sufoca o coração" e quais são os riscos a médio e longo prazo.
Riscos Cardiovasculares da SAOS Não Tratada:
Hipertensão Arterial: A SAOS é uma causa importante de hipertensão de difícil controle, aquela que não responde a múltiplos medicamentos.
Arritmias Cardíacas: Aumenta o risco de irregularidades nos batimentos, como a Fibrilação Atrial, a arritmia mais comum.
Doença Arterial Coronariana (Infarto) e Acidente Vascular Cerebral (AVC): O estresse e a inflamação crônicos elevam significativamente o risco de eventos cardiovasculares agudos.
Insuficiência Cardíaca: O esforço repetitivo pode "cansar" o músculo cardíaco, levando a um enfraquecimento progressivo.
O diagnóstico da SAOS é feito principalmente através da polissonografia, um exame detalhado que monitora seu sono. Podemos realizá-lo em laboratório (Tipo 1) ou, para maior conforto e fidelidade à sua rotina, em sua própria casa (Tipo 2), ou até mesmo com exames simplificados (Tipo 3) para triagem.
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento é cuidadosamente planejado. Inclui desde o manejo do peso — um pilar fundamental — até cirurgias nasais ou de garganta para correção de obstruções anatômicas.
Em casos leves a moderados, aparelhos intraorais podem ser uma excelente alternativa. Para a apneia moderada a grave, o CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas) é o tratamento "padrão ouro", com altíssima eficácia quando bem adaptado. Frequentemente, a combinação de diferentes abordagens oferece os melhores resultados.
A boa notícia é que o campo da medicina do sono e da cardiologia está em constante evolução. Recentemente, a aprovação de novas medicações para o controle do peso, como os agonistas de GLP-1 e GIP (ex: Mounjaro), representa um avanço significativo no manejo da obesidade e, consequentemente, da SAOS.
Estudos recentes demonstram que a perda de peso substancial, potencializada por esses medicamentos, pode reduzir drasticamente a gravidade da apneia, e em muitos casos, até permitir que pacientes deixem de usar o CPAP. Isso reforça a importância da obesidade como fator modificável na SAOS.
Aqui na Oto One, nosso compromisso é com o atendimento humanizado, personalizado e acolhedor, buscando sempre a excelência em cada etapa da sua jornada de saúde. Oferecemos consultas presenciais e também a conveniência das consultas online, para que o acesso ao cuidado especializado seja o mais facilitado possível.
A mensagem mais importante é: não subestime o ronco ou o cansaço diurno. Eles podem ser a ponta do iceberg de um problema cardíaco sério. A saúde do seu coração depende também da qualidade do seu sono.
Se você ou alguém que você ama apresenta sintomas de apneia do sono – roncos altos, pausas respiratórias presenciadas, sonolência diurna excessiva, hipertensão de difícil controle – não hesite em buscar ajuda. Agir precocemente é proteger seu coração e garantir uma vida com mais saúde e bem-estar.
Convido você a dar o primeiro passo em direção a noites mais reparadoras e um coração mais saudável. Cuide-se, seu corpo agradece.
Perguntas e Respostas sobre Apneia do Sono e o Coração:
O que é Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono (SAOS)?
É uma condição caracterizada por repetidas paradas ou reduções significativas da respiração durante o sono, que duram pelo menos 10 segundos, levando à queda dos níveis de oxigênio no sangue.
Como a apneia do sono afeta o coração?
Cada apneia causa quedas de oxigênio e liberação de hormônios de estresse, elevando a pressão arterial e a frequência cardíaca, o que sobrecarrega o coração a longo prazo.
Qual a relação entre SAOS e hipertensão arterial?
A SAOS é uma causa comum de hipertensão, especialmente a de difícil controle. O tratamento da apneia pode, muitas vezes, melhorar significativamente o controle da pressão.
A apneia do sono pode causar arritmias?
Sim, a SAOS aumenta o risco de arritmias cardíacas, sendo a Fibrilação Atrial uma das mais frequentemente associadas.
Existe risco de infarto ou AVC para quem tem apneia?
Infelizmente, sim. O estresse crônico no sistema cardiovascular eleva o risco de eventos graves como infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral.
Como é feito o diagnóstico da apneia do sono?
O diagnóstico é feito principalmente pela polissonografia, um exame que monitora o sono, registrando indicadores como fluxo de ar, oxigenação, ronco e atividade cerebral.
Quais são as opções de tratamento para a SAOS?
Os tratamentos incluem emagrecimento, CPAP (Pressão Positiva Contínua nas Vias Aéreas), aparelhos intraorais, cirurgias para correção de obstruções anatômicas (nasais ou de garganta) e, em alguns casos, novas medicações.
O emagrecimento ajuda a tratar a apneia?
Sim, a perda de peso é um pilar fundamental. Mesmo uma redução moderada de peso pode diminuir significativamente a gravidade da apneia.
Medicamentos como o Mounjaro podem auxiliar no tratamento da SAOS?
Sim. Novas medicações para emagrecimento, como os agonistas de GLP-1 e GIP (ex: Mounjaro), têm mostrado resultados promissores na redução da gravidade da apneia em pacientes com obesidade.
Os danos cardiovasculares da apneia são reversíveis com o tratamento?
O tratamento da SAOS pode reverter ou atenuar muitos dos danos cardiovasculares, melhorando o controle da pressão, reduzindo o risco de arritmias e protegendo o coração de futuras complicações.
Dr. Bruno Rossini (CRM-SP 115697; RQE:34828)
Fone e WhatsApp: (11) 91013-5122 | (11) 99949-7016
Clínica Oto One - São Paulo
Instagram: @brunorossini.otorrino






Fui diagnosticada com doença de Parkinson há quatro anos. Por mais de dois anos, dependi da levodopa e de vários outros medicamentos, mas, infelizmente, os sintomas continuaram piorando. Os tremores se tornaram mais perceptíveis e meu equilíbrio e mobilidade começaram a declinar rapidamente. No ano passado, por desespero e esperança, decidi experimentar um programa de tratamento à base de ervas da NaturePath Herbal Clinic.Sinceramente, eu estava cética no início, mas, poucos meses após o início do tratamento, comecei a notar mudanças reais. Meus movimentos ficaram mais suaves, os tremores diminuíram e me senti mais firme ao caminhar. Incrivelmente, também recuperei grande parte da minha energia e confiança. Tem sido uma experiência transformadora. Me sinto mais eu mesma novamente, melhor do…