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Cirurgia para Ronco e Apneia do Sono: As 20 Respostas que Você Precisa Saber

  • Foto do escritor: Bruno Rossini
    Bruno Rossini
  • 16 de jul.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 22 de jul.

Olá, sou Dr. Bruno Rossini médico otorrinolaringologista com mais de 20 anos de experiência dedicados a melhorar a qualidade de vida dos meus pacientes. Uma das queixas mais comuns que recebo no consultório está relacionada ao ronco e à apneia do sono.

Muitos não sabem, mas a cirurgia pode ser uma solução definitiva e transformadora para casos selecionados. Para esclarecer as principais dúvidas, preparei um material completo. O objetivo é que você entenda as possibilidades e dê o primeiro passo para voltar a dormir bem e com saúde.

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Vamos às perguntas.

1. A cirurgia é a primeira opção para tratar o ronco e a apneia do sono? A primeira linha de tratamento para a apneia obstrutiva do sono (AOS) é a mudança de hábitos de vida, como perda de peso e atividade física, e o uso do CPAP, um aparelho que gera pressão positiva na via aérea. A cirurgia é indicada quando o paciente não se adapta ao CPAP ou quando identificamos alterações anatômicas específicas que, se corrigidas, podem resolver ou amenizar significativamente o problema.

2. Então, quem é o candidato ideal para a cirurgia? O candidato ideal é aquele que passou por uma avaliação completa, incluindo um exame chamado polissonografia (para diagnosticar e medir a gravidade da apneia) e exames complementares, como uma nasofibrolaringoscopia. É alguém que já tentou tratamentos clínicos sem sucesso ou que possui uma obstrução anatômica clara – no nariz, no palato, na base da língua – que justifica uma intervenção cirúrgica.

3. Qual o objetivo principal de uma cirurgia para apneia do sono? O objetivo é simples e direto: aumentar o espaço para a passagem do ar. O ronco e a apneia ocorrem porque a via aérea superior colapsa durante o sono. A cirurgia visa remover ou reposicionar os tecidos que causam essa obstrução, seja no nariz, na garganta ou na base da língua, tornando a respiração mais fluida e silenciosa.

4. A cirurgia para o ronco e a apneia é uma só ou existem vários tipos? Existem vários tipos. Chamamos isso de tratamento multinível, pois a obstrução pode ocorrer em diferentes pontos. O sucesso do tratamento está em diagnosticar corretamente onde está o problema. As cirurgias podem ser nasais, no palato mole (garganta), na base da língua ou uma combinação delas.


Cirurgias Nasais


5. Como uma cirurgia no nariz pode ajudar no meu ronco, se o barulho vem da garganta? Essa é uma excelente pergunta. Pense no nariz como a porta de entrada do ar. Se essa porta está semi-fechada (por um desvio de septo ou aumento dos cornetos, por exemplo), o ar precisa entrar com mais velocidade e força. Essa turbulência gera uma pressão negativa na garganta, que faz os tecidos moles vibrarem mais e colapsarem, causando o ronco e a apneia. Corrigir o nariz melhora todo o fluxo respiratório.

6. Que tipo de cirurgias nasais são realizadas para isso? As mais comuns são a septoplastia, para correção do desvio de septo, e a turbinectomia (ou turbinoplastia), para a redução dos cornetos nasais, popularmente conhecidos como "carne esponjosa". Em muitos casos, realizamos as duas no mesmo procedimento.


Cirurgias da Garganta (Faringe)


7. E sobre a cirurgia para remover as amígdalas e adenoides? Ela ajuda? Sim, e muito, especialmente quando as amígdalas são grandes (hipertróficas). Em crianças com apneia, a remoção das amígdalas e adenoides (adenoamigdalectomia) é o tratamento de primeira escolha e costuma ter altíssimas taxas de sucesso. Em adultos, a remoção das amígdalas também é fundamental se elas estiverem contribuindo para o estreitamento da garganta.

8. Ouvi falar de uma cirurgia chamada uvulopalatofaringoplastia (UPFP). O que é? A uvulopalatofaringoplastia, ou UPFP, é o procedimento clássico para tratar a apneia na região do palato mole ("céu da boca"). Ela consiste na remoção das amígdalas, da úvula (a "campainha") e de uma parte do palato mole. O objetivo é ampliar o espaço na parte de trás da boca.

9. Essa cirurgia (UPFP) não é considerada ultrapassada e muito dolorosa? Essa é uma preocupação legítima. A técnica clássica da UPFP, de fato, tinha uma recuperação mais difícil e, em alguns casos, podia deixar sequelas como dificuldade para engolir. Por isso, hoje, damos preferência a técnicas mais modernas e funcionais.

10. O que são as faringoplastias modernas, como a Faringoplastia Lateral? A Faringoplastia Lateral é uma evolução. Em vez de simplesmente remover tecido do centro da garganta, como na UPFP clássica, nós reposicionamos os músculos da parede lateral da faringe. É como esticar e fixar o tecido para que ele não desabe durante o sono. É uma abordagem mais anatômica e funcional.

11. Qual a vantagem dessas técnicas mais modernas? A principal vantagem é a preservação da função da garganta com resultados mais eficazes a longo prazo para o tratamento da apneia. A recuperação tende a ser melhor e o risco de efeitos colaterais, como a sensação de "bolo na garganta" ou escape de líquidos para o nariz, é significativamente menor.


Anestesia e Recuperação


12. Qual tipo de anestesia é usada nesses procedimentos? É seguro? Todas essas cirurgias são realizadas em ambiente hospitalar, sob anestesia geral. Isso garante o máximo de segurança e conforto para o paciente. Com as tecnologias e os anestésicos modernos, a anestesia geral é um procedimento extremamente seguro, monitorado o tempo todo por um médico anestesiologista.

13. Como é o pós-operatório? A dor é muito intensa? A recuperação varia conforme o procedimento. Cirurgias nasais costumam ter um pós-operatório mais tranquilo. As cirurgias na garganta (faringoplastias) envolvem um período de dor e desconforto para engolir, principalmente na primeira semana. Contudo, hoje temos um arsenal de analgésicos potentes que controlam a dor de forma muito eficaz, tornando o processo totalmente gerenciável.

14. Quanto tempo preciso ficar afastado do trabalho e das atividades físicas? Para cirurgias nasais, o afastamento costuma ser de 7 dias. Para faringoplastias, recomendo um período de 10 a 14 dias, dependendo da sua recuperação e do tipo de trabalho que você exerce. Atividades físicas mais intensas devem ser retomadas após 30 dias.

15. Quais são os principais riscos envolvidos? Como qualquer procedimento cirúrgico, existem riscos, embora sejam baixos. Os principais são sangramento e infecção. Especificamente nas cirurgias de garganta, pode haver alteração temporária na voz ou na deglutição, que geralmente melhoram com o tempo. Uma conversa franca sobre todos os riscos é parte essencial da consulta pré-operatória.


Casos Complexos e Decisão Final


16. Ouvi falar de uma cirurgia de avanço da maxila e da mandíbula. Em que casos ela é indicada? Essa é a cirurgia ortognática de avanço maxilomandibular. É o procedimento com a maior taxa de sucesso para o tratamento da apneia obstrutiva do sono, podendo chegar a mais de 90%. Indicamos para casos graves, especialmente em pacientes que não se adaptaram ao CPAP e que possuem uma alteração esquelética, com a maxila e a mandíbula retraídas. Ao avançar os ossos da face, todo o espaço da via aérea é ampliado de forma definitiva. É uma cirurgia maior, realizada em conjunto com um cirurgião bucomaxilofacial, mas com resultados transformadores.

17. O convênio médico cobre essas cirurgias? Sim. Tanto o diagnóstico (polissonografia) quanto os procedimentos cirúrgicos para o tratamento da apneia obstrutiva do sono (septoplastia, amigdalectomia, faringoplastias) são cobertos pela maioria dos planos de saúde, pois se trata de uma doença com sérios riscos para a saúde, e não um procedimento estético.

18. A cirurgia garante a cura definitiva da apneia e do ronco? O objetivo é a cura ou uma melhora tão significativa que o paciente deixe de ter os riscos associados à apneia e possa ter um sono de qualidade. As taxas de sucesso variam conforme o procedimento e a anatomia do paciente, mas são altas. É fundamental entender que a manutenção de um peso saudável após a cirurgia é crucial para a perpetuidade dos resultados.

19. Que exames preciso fazer para saber se a cirurgia é para mim? O caminho diagnóstico é claro: primeiro, uma consulta detalhada, com solicitação de tomografias e nasofibroscopia. Depois, a Polissonografia basal, para confirmar a apneia e sua gravidade. E, por fim, em casos selecionados: a Endoscopia do Sono (ou Sonoendoscopia Induzida). Neste exame, sedamos o paciente levemente em centro cirúrgico e, com uma câmera, assistimos em tempo real onde a garganta fecha. Isso nos permite escolher a cirurgia com a maior chance de sucesso, de forma totalmente personalizada.

20. Qual a sua principal mensagem para quem sofre com o ronco e a apneia e está considerando a cirurgia? Minha mensagem é: não normalize o cansaço, o mau humor e a falta de disposição. Ronco e apneia são problemas de saúde sérios, que aumentam o risco de infarto, AVC e pressão alta. Hoje, temos um leque de tratamentos muito eficazes. A cirurgia, quando bem indicada, é segura e pode devolver a você a energia e a qualidade de vida que a apneia roubou. O passo mais importante é buscar uma avaliação especializada para traçar um plano de tratamento individualizado para o seu caso. Sua saúde merece essa atenção.

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