Lima Duarte e a Audição: Como a Coragem de um Ícone Pode Inspirar Seu Cuidado Auditivo
- livia almeida
- há 21 horas
- 7 min de leitura
"O aparelho auditivo devolveu a alegria do convívio para mim. É uma coisa fantástica."
"A gente vai ficando surdo e não percebe. Eu não ouvia o canto dos pássaros..." - Lima Duarte em entrevista ao Fantástico (TV Globo) 🕊️

A perda auditiva é uma jornada silenciosa. Ela não costuma chegar de repente, mas vai se instalando gradualmente, como um som que vai sendo abaixado, sutilmente, ao longo dos anos. Para muitos, buscar ajuda é um passo cercado de resistências, medos e estigmas. Foi preciso a coragem de um ícone nacional, o lendário ator Lima Duarte, para falar abertamente sobre sua própria experiência com a presbiacusia – a perda auditiva relacionada à idade – e o uso de aparelhos auditivos, normalizando uma condição que afeta milhões de brasileiros.
Assim como Lima Duarte, inúmeras pessoas vivem em um mundo onde os diálogos se tornam murmúrios, as risadas perdem a intensidade e a conexão com os entes queridos fica comprometida. No entanto, sua história nos ensina uma lição valiosa: reconhecer a dificuldade auditiva e buscar solução é um ato de amor-próprio e de respeito à própria qualidade de vida. Este artigo é um guia completo para você que, inspirado por essa atitude, deseja entender, cuidar e recuperar a plenitude do mundo sonoro.
Entendendo a Perda Auditiva Relacionada à Idade (Presbiacusia)
A presbiacusia é um processo natural do envelhecimento, assim como a vista cansada. Segundo a Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), ela atinge cerca de 30% das pessoas acima de 65 anos e mais de 50% após os 75 anos. Ela ocorre devido à degeneração das células ciliadas da cóclea (parte interna do ouvido), responsáveis por captar os sons e transformá-los em impulsos nervosos que nosso cérebro interpreta.
O impacto, porém, vai muito além de não ouvir bem. Estudos da Universidade de Harvard vinculam a perda auditiva não tratada a um risco aumentado de isolamento social, depressão e até declínio cognitivo, incluindo demência. O cérebro, privado de estímulos sonoros, precisa realocar recursos cognitivos para tentar entender a fala, o que gera um cansaço mental profundo após interações sociais.
Os Sinais Silenciosos: Você Pode Estar Experienciando Isso
A perda auditiva raramente começa com a surdez total. Ela se anuncia por sinais sutis que muitas vezes são ignorados ou atribuídos aos outros. Você se identifica com algum destes cenários?
Pedir constantemente para as pessoas repetirem o que disseram ("o quê?", "como?").
Dificuldade para acompanhar conversas em ambientes ruidosos, como restaurantes ou reuniões familiares.
Aumentar o volume da televisão ou do rádio a um nível incômodo para os outros.
A sensação de que as pessoas estão murmurando ou não articulam bem as palavras.
Zumbido nos ouvidos (um som constante de apito, chiado ou cigarra) pode ser um dos primeiros indícios.
Se sim, você não está sozinho. Reconhecer esses sinais é o primeiro e mais corajoso passo, assim como fez Lima Duarte.
Por Que a Resistência? Quebrando o Estigma do Aparelho Auditivo
O estigma em torno do aparelho auditivo é um dos maiores obstáculos para a recuperação auditiva. Muitos associam o dispositivo à velhice extrema ou à incapacidade. Este é um pensamento ultrapassado. A tecnologia moderna transformou os aparelhos auditivos em dispositivos discretos, inteligentes e potentes.
Assim como óculos são acessórios comuns e até fashion para corrigir a visão, os aparelhos auditivos modernos são soluções tecnológicas para aprimorar a audição. Eles são minúsculos, praticamente invisíveis no canal auditivo, e conectados ao mundo digital, podendo se sincronizar com smartphones, televisões e microfones.
O Papel do Otorrinolaringologista: Muito Mais Que um Exame de Ouvido
A primeira e essencial etapa é uma consulta com um médico otorrinolaringologista. Muitos acreditam que basta comprar um aparelho, mas isso é um erro grave. Diversas condições podem causar perda auditiva, e apenas o médico pode fazer o diagnóstico diferencial. Nosso papel é:
Diagnosticar a Causa: Confirmar se é presbiacusia ou outra condição (como impactação de cerume, otites, perfuração timpânica ou outros problemas mais sérios).
Avaliar a Saúde Global do Ouvido: Realizar exames como a otoscopia e a audiometria tonal e vocal para mapear precisamente o tipo e o grau da perda.
Encaminhar para a Melhor Solução: Indicar o profissional mais adequado para a seleção e adaptação do aparelho auditivo: o fonoaudiólogo.
A Audiometria: O Mapa da Sua Audição
A audiometria é um exame simples, indolor e fundamental. Ele é para o ouvido o que o exame de vista é para os olhos. Através dele, obtemos um gráfico (audiograma) que detalha exatamente quais sons e frequências você não está ouvindo bem. Este é o documento mais importante para programar um aparelho auditivo de forma personalizada, garantindo que ele amplifique apenas os sons que você precisa ouvir.
A Tecnologia a Serviço da Audição: Os Aparelhos Modernos
Os aparelhos auditivos atuais são maravilhas da tecnologia. Longe vão os dias dos dispositivos grandes, que assobiavam e amplificavam todo o ruído ambiente. Os modelos atuais são minúsculos, digitais e inteligentes. Eles possuem recursos impressionantes:
Redução Direcional de Ruído: Focam automaticamente na fala da pessoa à sua frente, minimizando o barulho de fundo.
Conexão Bluetooth: Conectam-se diretamente ao seu celular, TV e outros dispositivos, transmitindo áudio claro diretamente para seus ouvidos.
Aplicativos de Controle: Permitem que você ajuste discretamente o volume e os programas sonoros diretamente pelo smartphone.
Design Discreto: Modelos como os Intra-auriculares são praticamente invisíveis dentro do canal auditivo.
O Processo de Adaptação: Paciência e Persistência
Adaptar-se a um aparelho auditivo é um processo. O cérebro, após um período de privação sonora, precisa se reacostumar a ouvir todos os sons novamente – inclusive os que você havia "esquecido", como o barulho do relógio ou da geladeira. Nos primeiros dias, pode parecer estranho ou muito barulhento. A persistência é crucial. O fonoaudiólogo irá ajustar o aparelho progressivamente, e em poucas semanas, seu cérebro se adaptará naturalmente, filtrando os ruídos desnecessários.
Os Diferenciais da Clínica Oto One no Cuidado Auditivo
Nosso processo é humanizado e personalizado, iniciando por uma escuta atenta para entender seu estilo de vida, suas dificuldades e suas expectativas. Realizamos uma investigação médica completa com tecnologia de ponta para um diagnóstico de precisão e guiamos você em todas as etapas seguintes, sempre com acolhimento e foco na excelência do resultado. Oferecemos a flexibilidade de consultas presenciais ou on-line para sua maior comodidade e suporte contínuo desde a avaliação inicial até a adaptação do dispositivo.
Além do Aparelho: Estratégias para uma Boa Comunicação
Enquanto busca ajuda profissional, algumas estratégias podem facilitar seu dia a dia:
Posicione-se de frente para a pessoa com quem está conversando.
Em ambientes ruidosos, procure lugares mais silenciosos para dialogar.
Peça educadamente para as pessoas falarem mais claramente, não necessariamente mais alto.
Observe as expressões faciais e a leitura labial, que são grandes auxílios.
Investindo em Sua Qualidade de Vida
O custo de não tratar a perda auditiva é incalculável em termos de qualidade de vida, relacionamentos e saúde mental. O investimento em um aparelho auditivo, por outro lado, é um investimento no seu bem-estar, na sua autonomia e na sua reconexão com o mundo. É retomar o prazer de uma conversa à mesa de jantar, o som da risada dos netos e a segurança de ouvir os sons do ambiente.
Conclusão: O Som da Vida Merece Ser Ouvido
A atitude de Lima Duarte nos lembra que a vitalidade está em se adaptar e buscar soluções que permitam viver plenamente em todas as fases da vida. Sua coragem quebrou tabus e inspirou muitos a darem o primeiro passo.
Não aceite viver em um mundo mais silencioso. Sua audição é uma porta para a vida social, afetiva e cognitiva. Cuidar dela é um ato de cuidado integral com a sua saúde.
Agende sua avaliação na Clínica Oto One. Permita-se ouvir toda a riqueza e os detalhes da vida outra vez. Estamos aqui para guiá-lo nessa jornada de redescoberta dos sons.
Perguntas Frequentes
1. Qual a diferença entre um otorrinolaringologista e um fonoaudiólogo no tratamento?
O otorrinolaringologista é o médico responsável pelo diagnóstico da causa da perda auditiva, tratamento de doenças do ouvido e prescrição do aparelho auditivo. O fonoaudiólogo é o profissional de saúde que realiza os testes audiológicos detalhados (como a audiometria) e é o especialista na seleção, adaptação e programação dos aparelhos auditivos. Trabalhamos em conjunto.
2. Aparelho auditivo corrige 100% da audição?
Não da mesma forma que os óculos corrigem a visão. Os aparelhos auditivos modernos amplificam os sons de forma extremamente sofisticada e personalizada, melhorando dramaticamente a capacidade de ouvir e compreender a fala. No entanto, é um processo de adaptação e o resultado final depende do tipo e grau da perda.
3. Quanto tempo leva para se adaptar a um aparelho auditivo?
O período de adaptação varia, mas geralmente leva de 2 a 4 semanas. O uso contínuo é essencial para que o cérebro se reacostume a processar todos os sons novamente. Os ajustes finos com o fonoaudiólogo são parte fundamental deste processo.
4. Posso comprar um aparelho auditivo pela internet?
É altamente desaconselhável. A seleção e programação de um aparelho auditivo exigem um diagnóstico médico preciso e testes audiológicos. Um dispositivo mal adaptado pode piorar a perda auditiva ou causar desconforto, sendo apenas um amplificador de som e não uma solução real.
5. Zumbido no ouvido tem cura?
O tratamento do zumbido é complexo e depende da sua causa. Em muitos casos, não há uma "cura" no sentido absoluto, mas existem estratégias extremamente eficazes para controlá-lo e reduzir sua percepção, permitindo que o paciente tenha uma qualidade de vida normal. O uso de aparelhos auditivos muitas vezes ajuda a mascarar o zumbido.
6. Com que frequência devo fazer um check-up auditivo?
Recomenda-se uma avaliação auditiva baseline por volta dos 50 anos. Após os 60, um check-up a cada 2 ou 3 anos é prudente. Se você notar qualquer alteração ou tiver fatores de risco (histórico familiar, exposição a ruído), deve procurar um otorrinolaringologista imediatamente.
7. A perda auditiva pode ser prevenida?
A perda relacionada à idade (presbiacusia) não pode ser totalmente prevenida, mas seu agravamento pode ser minimizado protegendo os ouvidos de traumas sonoros ao longo da vida. Usar proteção auditiva em ambientes ruidosos e evitar volumes muito altos em fones de ouvido são medidas cruciais.
8. Quanto custa um aparelho auditivo?
O valor varia enormemente dependendo da tecnologia, recursos e tamanho do modelo. É um investimento significativo, mas que deve ser visto como prioritário para a saúde.
9. O SUS fornece aparelhos auditivos?
Sim, o SUS possui um programa de provisão de aparelhos auditivos. O processo envolve triagem, avaliação médica e aguardo na fila de espera. Na rede privada, o processo é mais ágil, com acesso à tecnologia de ponta e acompanhamento personalizado.
10.” Meus pais estão com sinais de perda auditiva, mas se recusam a buscar ajuda. O que fazer?”
É uma situação comum. A abordagem deve ser delicada e focada na qualidade de vida e na segurança (ex.: não ouvir campainha, alarme de fumaça). Convidá-los para uma consulta de rotina, sem pressionar, e compartilhar histórias de pessoas famosas, como a do Lima Duarte, pode ajudar a normalizar a condição e reduzir o estigma.

Dr. Bruno Rossini(CRM-SP 115697; RQE:34828)
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Clínica Oto One - São Paulo
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