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Jô Soares e a Apneia do Sono: um Importante Alerta para a Sua Saúde

  • Foto do escritor: livia almeida
    livia almeida
  • há 5 dias
  • 7 min de leitura

A perda do humorista Jô Soares foi um marco para a cultura brasileira. Além de seu talento inigualável, sua figura era marcante. Muitos, ao observarem pessoas com porte físico semelhante, podem não associar a um importante alerta de saúde: a forte correlação entre determinadas características físicas e os distúrbios do sono, como o ronco e a apneia obstrutiva do sono. Este artigo vai além da homenagem; é um guia informativo sobre essas condições, seus riscos e as modernas soluções disponíveis.

O ronco alto e frequente nunca deve ser visto apenas como um incômodo social. Ele é, na verdade, o sinal sonoro de que o ar está enfrentando resistência para passar pelas vias aéreas superiores.  O ronco é o som é produzido pela vibração dos tecidos da garganta (palato mole, úvula e amígdalas) diante do esforço para respirar. É o primeiro aviso de que algo não vai bem.

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Quando esse bloqueio se torna mais severo, chegando a obstruir completamente a passagem do ar por breves segundos, temos a Apneia Obstrutiva do Sono. Essas pausas respiratórias podem ocorrer dezenas ou até centenas de vezes por noite, cada uma delas provocando uma queda no nível de oxigênio no sangue. O cérebro, em um modo de sobrevivência, desperta momentaneamente para restabelecer a respiração, fragmentando profundamente a arquitetura do sono.

As consequências vão muito além do cansaço ao acordar. A Apneia não tratada é um fator de risco independente e significativo para problemas cardiovasculares graves, incluindo hipertensão arterial de difícil controle, arritmias cardíacas, infarto do miocárdio e Acidente Vascular Cerebral (AVC), conforme destacado pela Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORL-CCF) e por estudos da Clínica Mayo.

A sonolência diurna excessiva é outra consequência direta. Ela compromete a concentração, a memória e o humor, aumentando drasticamente o risco de acidentes no trânsito e no trabalho. Muitos pacientes passam anos atribuindo essa fadiga crônica ao estresse ou ao envelhecimento, sem descobrir a verdadeira causa que rouba sua energia todas as noites.

Um relato que ilustra o perigo silencioso: Atendo um executivo de 52 anos, magro e atlético, que foi levado à minha consulta pela esposa, alarmada com suas pausas respiratórias. Ele, porém, jurava dormir "perfeitamente" e atribuía sua leve sonolência pós-almoço ao trabalho intenso. A polissonografia revelou um caso grave de apneia, com mais de 40 eventos por hora. O grande fator de risco? Uma obstrução nasal severa e uma anatomia da garganta que colapsava durante o relaxamento do sono. Este caso quebra o estigma: a apneia não é exclusiva de pessoas com sobrepeso. Qualquer um pode ser afetado.

Mas quem está em maior risco? Pode afetar indivíduos de qualquer biótipo, mas é mais prevalente em pessoas com sobrepeso (onde o acúmulo de tecido adiposo na região do pescoço comprime as vias aéreas) e com características anatômicas específicas, como mandíbula retraída, amígdalas muito grandes ou desvio de septo nasal.

O diagnóstico preciso é o primeiro e mais crucial passo. Ele é realizado por meio de uma avaliação especializada e, quando indicado, pelo exame de polissonografia. Este exame, que pode ser feito em casa, monitora ondas cerebrais, oxigenação do sangue, frequência cardíaca, respiração e movimentos corporais durante o sono, fornecendo dados essenciais para classificar a gravidade do caso.

Felizmente, a medicina moderna oferece um leque de opções terapêuticas personalizadas. O tratamento depende da causa raiz, identificada após uma minuciosa investigação. Para casos leves, mudanças no estilo de vida, como perda de peso, alteração da posição de dormir e evitar álcool antes de dormir, podem ser extremamente eficazes.

Para casos moderados a graves, o gold standard, ou tratamento mais eficaz e recomendado globalmente (com base em diretrizes de instituições como a Harvard Medical School), é o uso do CPAP (Continuous Positive Airway Pressure). Este dispositivo fornece um fluxo de ar contínuo e suave através de uma máscara, mantendo as vias aéreas abertas durante toda a noite e abolindo os eventos de apneia.

Alternativas ao CPAP incluem os aparelhos intraorais, dispositivos feitos sob medida por dentistas especializados que reposicionam a mandíbula e a língua para frente, ampliando o espaço posterior da garganta. Esses dispositivos são indicados para casos específicos.

Em casos selecionados, onde existe uma clara obstrução anatômica (como desvio septal extremo, cornetos nasais hipertrofiados ou palato mole muito flácido), o tratamento cirúrgico pode ser a opção mais adequada. Procedimentos modernos são minimamente invasivos e visam remodelar e desobstruir as vias aéreas.

Aqui na Clínica Oto One, compreendemos que cada paciente é único. Nosso diferencial está no atendimento personalizado, onde o acolhimento e a escuta detalhada são a base para um plano de tratamento de excelência. 

Ignorar os sinais do ronco e da apneia do sono é negligenciar uma janela de oportunidade para prevenir doenças sérias. A qualidade do seu sono é um pilar fundamental da sua saúde global. Investir em uma noite de sono reparador é investir em longevidade, disposição e clareza mental.

Se você se identifica com os sintomas descritos ou se seu parceiro(a) relata roncos altos e pausas respiratórias assustadoras durante a noite, não normalize essa situação. Buscar ajuda médica especializada é um ato de cuidado consigo mesmo e com quem você ama. Não conviva com o cansaço, a irritabilidade e os riscos cardiovasculares. A tecnologia e a medicina evoluíram para oferecer soluções confortáveis e eficazes. Recuperar o prazer de dormir e acordar revigorado é perfeitamente possível.

Permita-me guiá-lo nessa jornada de retorno a uma vida com mais energia e saúde. Agende sua avaliação e vamos, juntos, elaborar a estratégia mais adequada para o seu caso. Sua saúde não pode esperar.


Perguntas Frequentes (FAQ)

1. É verdade que o peso influencia tanto assim na apneia? O caso de Jô Soares é típico?

Sim, a relação é muito significativa. O acúmulo de gordura na região do pescoço e no abdômen comprime as vias aéreas, facilitando o colapso durante o sono. O biótipo do humorista Jô Soares é, de fato, um perfil clássico de alto risco para a apneia do sono. No entanto, como vimos no relato do executivo magro, não é uma regra absoluta. O peso é um dos principais fatores, mas a anatomia individual é crucial.

2. Por que algumas pessoas com sobrepeso roncam muito e outras não?

A genética e a distribuição de gordura no corpo são determinantes. A anatomia das vias aéreas (tamanho da mandíbula, formato do palato) é outro fator decisivo.

3. A apneia do sono pode, paradoxalmente, causar ganho de peso?

Absolutamente. Este é um ponto crucial e uma verdadeira "bola de neve". A apneia causa fragmentação do sono e estresse oxidativo, que desregulam os hormônios leptina (da saciedade) e grelina (da fome). O resultado é um aumento do apetite, especialmente por carboidratos, e uma dificuldade maior para perder peso. Muitos pacientes entram em um ciclo vicioso: o peso piora a apneia, e a apneia dificulta a perda de peso.

4. O que faz o ronco de cada pessoa ser único?

O som do ronco é como uma impressão digital sonora. Ele varia conforme a estrutura que está vibrando (úvula, palato mole, base da língua, laterais da garganta) e a intensidade do fluxo de ar. O ronco mais grave e intenso, como era publicamente conhecido no caso de Jô, frequentemente sugere uma vibração de tecidos mais espessos e uma obstrução mais significativa.

5. É possível que a apneia não tratada tenha impactado a saúde e a energia de Jô Soares ao longo dos anos?

Com base no que a medicina sabe hoje sobre a apneia, é altamente plausível. A condição está diretamente ligada a fadiga crônica, alterações de humor e maior risco de problemas cardiovasculares. O tratamento poderia ter impactado positivamente sua qualidade de vida, energia e disposição, como impacta na de milhares de pacientes.

6. Além do CPAP, que tratamentos modernos existem para quem não se adapta ao aparelho?

Além dos aparelhos intraorais, existem procedimentos cirúrgicos modernos como a Ablação por Radiofrequência (para afinar o palato mole) e a Estimulação do Nervo Hipoglosso (um "marca-passo" para a língua, indicado para casos graves e selecionados). A escolha depende de uma análise minuciosa da causa da obstrução.

7. Dormir de lado realmente ajuda a parar de roncar?

Para muitas pessoas, sim. Dormir de barriga para cima faz com que a gravidade force a língua e o palato mole a colapsar para trás, obstruindo a garganta. Dormir de lado evita esse mecanismo. 

8. Meu parceiro para de respirar e depois dá um ronco muito alto e um suspiro forte. O que é isso?

Esta é a descrição clássica de um evento de apneia obstrutiva. A pausa silenciosa é a obstrução total. O cérebro desperta levemente, a pessoa força a musculatura para respirar, e o ar vence a obstrução de forma explosiva, resultando no ronco alto e no suspiro. É um sinal de alerta importante que merece investigação.

9. O uso de inteligência artificial já ajuda no diagnóstico da apneia?

Sim, e muito. Os aparelhos de polissonografia doméstica modernos utilizam algoritmos de IA para analisar uma enorme quantidade de dados biométricos, aumentando a precisão do diagnóstico. Alguns aplicativos e dispositivos wearables também começam a rastrear parâmetros de sono, embora o exame formal ainda seja o padrão-ouro.

10. Se eu emagrecer, meu ronco e minha apneia vão curar?

A perda de peso é uma das intervenções eficazes. Estudos mostram que uma redução de 10% do peso corporal pode reduzir em mais de 30% a gravidade da apneia. Em casos leves, pode até resolver completamente o problema. No entanto, em casos moderados a graves ou quando há fatores anatômicos envolvidos, a perda de peso deve ser combinada com outros tratamentos, como o CPAP, para obter o controle ideal.


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Dr. Bruno Rossini (CRM-SP 115697; RQE:34828)

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Clínica Oto One - São Paulo

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