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Sinusite agudas de repetição: por que não paro de ficar doente?

  • Foto do escritor: Bruno Rossini
    Bruno Rossini
  • 8 de jul.
  • 6 min de leitura

Atualizado: 11 de jul.

A palavra "sinusite" tornou-se parte do vocabulário popular, frequentemente utilizada para descrever qualquer dor de cabeça acompanhada de congestão nasal. Muitos convivem com o desconforto, aceitando-o como uma condição crônica e inevitável, um fardo a ser carregado a cada mudança de estação ou resfriado.


No entanto, o que muitos não sabem é que a sinusite não é uma doença única. Sob este grande termo, abrigam-se diferentes condições, cada uma com suas próprias causas, características e, mais importante, suas próprias abordagens terapêuticas. Compreender qual é o seu tipo de sinusite é o primeiro e mais crucial passo para um tratamento que realmente funcione.

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Em sua essência, a rinossinusite é um processo inflamatório que acomete a mucosa, o tecido de revestimento interno do nariz e dos seios paranasais – as cavidades ocas que temos nos ossos da face. Essa inflamação leva aos sintomas clássicos de dor, pressão facial, obstrução e secreção nasal.


O objetivo deste artigo é justamente lançar uma luz sobre essas diferenças. Vamos navegar juntos pelas nuances que distinguem os quadros sinusais, capacitando você a compreender melhor o seu corpo e a buscar um diagnóstico preciso, o verdadeiro alicerce para a recuperação da sua qualidade de vida.


Comecemos pela Sinusite Aguda. Este é o quadro mais conhecido, de início súbito e que geralmente surge como uma complicação de uma infecção viral, como um resfriado ou uma gripe. Seus sintomas costumam ser intensos e bem definidos, mas, por definição, sua duração é limitada, resolvendo-se em um período inferior a três meses.


Em contrapartida, temos a Sinusite Crônica. Aqui, o cenário é de uma inflamação persistente, que se estende por mais de três meses. Os sintomas podem ser mais sutis e flutuantes que na forma aguda – uma congestão nasal constante, uma redução do olfato, um gotejamento pós-nasal – mas o estado inflamatório é contínuo, minando silenciosamente o bem-estar do paciente.


Entre esses dois extremos, existe uma terceira categoria, talvez a que mais gere confusão: a Sinusite Aguda de Repetição. O paciente que sofre desta condição não está doente o tempo todo. Ele vivencia múltiplos episódios de sinusite aguda ao longo do ano, mas, e este é o ponto fundamental, ele se recupera completamente e fica assintomático entre uma crise e outra.


Para ilustrar, podemos fazer uma analogia: a sinusite aguda é como um curto-circuito pontual no sistema elétrico. A sinusite crônica é como um "zumbido" de baixa voltagem constante, sempre presente. Já a sinusite aguda de repetição é como ter múltiplos curtos-circuitos ao longo do ano, com períodos de funcionamento normal entre eles.


A investigação de um quadro de inflamação sinusal recorrente é um trabalho minucioso, que se baseia em quatro pilares principais. O primeiro, e mais evidente, é a frequência de exposição a infecções virais. Pais de crianças pequenas, por exemplo, estão naturalmente mais expostos e podem apresentar mais quadros agudos.


O segundo pilar é o estado imunológico do indivíduo. Uma imunidade fragilizada, seja por fatores de estilo de vida como estresse crônico e sono inadequado, seja por condições médicas subjacentes, pode facilitar a evolução de um simples resfriado para uma complicação bacteriana.


O terceiro fator determinante é a anatomia. Variações anatômicas individuais, como um desvio de septo ou um estreitamento natural dos canais de drenagem dos seios da face, podem criar um ambiente propício para o acúmulo de secreções, que servem como um "terreno fértil" para infecções.


Por fim, o quarto pilar, muitas vezes negligenciado, é o manejo inadequado dos quadros virais iniciais. O uso indiscriminado de certos medicamentos de venda livre, como anti-histamínicos de primeira geração ou descongestionantes sistêmicos, pode espessar o muco, dificultando sua eliminação natural e aumentando o risco de complicações.


A jornada diagnóstica começa sempre com uma escuta atenta. Uma anamnese detalhada, onde o paciente relata o padrão de suas crises, é a ferramenta mais poderosa que possuímos. Esta conversa é complementada pela endoscopia nasal, um exame realizado no próprio consultório que nos permite visualizar as estruturas internas e identificar sinais de inflamação.


Apenas para casos refratários ou quando há suspeita de alterações anatômicas significativas, lançamos mão de investigações mais aprofundadas, como a tomografia computadorizada. É importante notar que, embora a avaliação imunológica possa ser considerada, na grande maioria dos pacientes com sinusite de repetição, os exames laboratoriais se mostram normais.


Na Clínica Oto One, a excelência no diagnóstico é o nosso ponto de partida. Acreditamos em um atendimento humanizado e personalizado, onde a tecnologia de ponta caminha lado a lado com o acolhimento e a escuta ativa. Entendemos que cada paciente é único, e por isso, oferecemos um plano de cuidado sob medida, com a flexibilidade de consultas presenciais em São Paulo ou por meio de telemedicina.


O tratamento, portanto, depende diretamente do diagnóstico correto. Nas crises agudas de origem viral, o foco é prevenir a complicação bacteriana. Isso é alcançado com hidratação, lavagens nasais de alto volume e, frequentemente, o uso de corticosteroides tópicos, que controlam a inflamação local com máxima segurança.


Para os pacientes com quadros de repetição, estratégias profiláticas podem ser adotadas. O uso de imunomoduladores, como os lisados bacterianos, por exemplo, pode ajudar a "treinar" o sistema imune local, diminuindo a frequência das infecções bacterianas.


A cirurgia endoscópica funcional dos seios da face é reservada para casos selecionados, em que, apesar do tratamento clínico otimizado, as infecções bacterianas continuam a ocorrer. O objetivo do procedimento não é impedir que o paciente tenha resfriados, mas sim ampliar as vias de drenagem naturais, dificultando o acúmulo de secreção e, consequentemente, reduzindo drasticamente a incidência das complicações.


Compreender que "sinusite" não é um diagnóstico final, mas um ponto de partida, é libertador. Liberta o paciente da resignação de conviver com o problema e abre o caminho para uma investigação que pode, de fato, resolver a causa raiz do seu sofrimento.


Se você se identifica com este ciclo de inflamações recorrentes, dor e desconforto, saiba que existe uma solução além do uso repetido de antibióticos. Convido você a agendar uma avaliação para que possamos, juntos, desvendar a sua história e traçar um plano terapêutico preciso e personalizado para o seu caso.


Perguntas e Respostas Frequentes

1. Qual a principal diferença entre sinusite aguda e crônica?

A principal diferença é o tempo. A aguda dura menos de 3 meses e geralmente tem uma causa infecciosa clara. A crônica persiste por mais de 3 meses, com uma inflamação contínua e causas mais complexas.


2. Como sei se tenho Sinusite Aguda de Repetição?

Você tem este quadro se apresenta vários episódios de sinusite aguda (3-4 ou mais por ano), mas se sente completamente bem e sem sintomas nos períodos entre as crises.


3. Uma tomografia é sempre necessária para diagnosticar a sinusite?

Não. Na maioria dos casos de sinusite aguda, o diagnóstico é clínico. A tomografia é reservada para quadros crônicos, recorrentes ou quando há suspeita de complicações ou alterações anatômicas que justifiquem um tratamento cirúrgico.


4. Por que algumas pessoas desenvolvem sinusite após quase todo resfriado?

Isso geralmente aponta para uma predisposição, que pode ser anatômica (canais de drenagem estreitos), imunológica (uma resposta de defesa menos eficaz) ou por um manejo inadequado da fase viral inicial.


5. Qual a melhor maneira de tratar um resfriado para evitar que vire sinusite?

Hidratação intensa, repouso, e, principalmente, lavagem nasal com soro fisiológico em alto volume para remover mecanicamente o excesso de muco e vírus. O uso de corticosteroides em spray também pode ser indicado.


6. Antibióticos são sempre necessários para tratar a sinusite?

Não. A grande maioria das sinusites agudas é de origem viral e não responde a antibióticos. O antibiótico só é necessário quando há uma comprovação ou forte suspeita de infecção bacteriana secundária.


7. O que são os lisados bacterianos mencionados no texto?

São imunomoduladores, uma espécie de "vacina oral" composta por fragmentos de bactérias inativadas, que estimulam o sistema imunológico da mucosa respiratória a criar defesas, diminuindo a chance de infecções bacterianas.


8. A cirurgia é a única solução para a sinusite de repetição?

Não. A cirurgia é uma ferramenta para casos específicos que não respondem ao tratamento clínico otimizado. Muitos pacientes melhoram com o manejo correto das crises, tratamentos profiláticos e mudanças no estilo de vida.


9. Meu estilo de vida (sono, dieta) pode realmente influenciar minhas sinusites?

Sim, de forma significativa. Uma boa qualidade de sono, uma alimentação balanceada e o controle do estresse são pilares para um sistema imunológico forte e eficiente, capaz de combater melhor as infecções virais iniciais.


10. Qual é o primeiro passo para uma avaliação na Clínica Oto One?

O primeiro passo é agendar uma consulta, presencial ou online. Iniciaremos com uma conversa detalhada sobre seu histórico e sintomas, seguida de um exame físico completo, para então traçarmos o melhor plano de investigação e tratamento para você.

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Dr. Bruno Rossini (CRM-SP 115697; RQE: 34828)


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