Diabetes Mellitus e Seus Efeitos na Otorrinolaringologia: Proteja-se de Complicações Importantes
- Bruno Rossini
- 30 de mai.
- 5 min de leitura
Prezados leitores,
Como médico otorrinolaringologista com duas décadas de experiência, tenho observado de perto a complexa relação entre o Diabetes Mellitus e a saúde dos ouvidos, nariz e garganta. A diabetes, uma condição metabólica crônica que afeta milhões de brasileiros, transcende a preocupação com os níveis de glicose no sangue, estendendo seus impactos a diversas áreas do nosso organismo, incluindo as delicadas estruturas da otorrinolaringologia. É imperativo que os pacientes diabéticos, e aqueles com risco para a doença, compreendam a importância de uma abordagem proativa para evitar complicações que, embora muitas vezes silenciosas, podem ser significativamente debilitantes.
A jornada de um paciente diabético exige vigilância constante e um manejo integrado da saúde. Frequentemente, a atenção se volta para a prevenção de complicações renais, oculares e cardiovasculares. No entanto, é fundamental destacar que a saúde auditiva, o bem-estar nasal e a integridade da faringe e laringe também estão sob a mira dos desequilíbrios causados pelo Diabetes Mellitus. Compreender esses riscos é o primeiro passo para a prevenção e para a manutenção de uma vida plena.

A glicose elevada no sangue, característica do Diabetes, pode causar danos aos pequenos vasos sanguíneos e nervos em todo o corpo, um processo conhecido como microangiopatia e neuropatia diabética. Essas condições não poupam as estruturas da cabeça e pescoço. No sistema auditivo, por exemplo, a microangiopatia pode comprometer o suprimento sanguíneo da cóclea, a estrutura responsável pela audição, enquanto a neuropatia pode afetar os nervos auditivos.
Um dos efeitos mais preocupantes da diabetes na otorrinolaringologia é a perda auditiva, que pode se manifestar de forma gradual e insidiosa. Estudos científicos, amplamente documentados em periódicos como o PubMed e em publicações de instituições renomadas como a Clínica Mayo e Harvard Medical School, demonstram uma maior prevalência de deficiência auditiva em indivíduos diabéticos em comparação com a população geral. Essa perda auditiva, muitas vezes neurosensorial, pode impactar significativamente a comunicação e a qualidade de vida.
Além da audição, o sistema vestibular, responsável pelo equilíbrio, também pode ser afetado. Vertigem e tontura são sintomas que, embora inespecíficos, podem ter sua origem ou serem agravados pelo Diabetes Mellitus. A neuropatia diabética pode comprometer os nervos que transmitem informações sobre o equilíbrio do ouvido interno para o cérebro, levando a episódios de instabilidade e, em casos mais graves, a quedas.
No que tange ao nariz e seios da face, a diabetes pode fragilizar a imunidade, tornando os pacientes mais suscetíveis a infecções. Rinites crônicas, sinusites recorrentes e otites de repetição são mais frequentes em diabéticos devido à disfunção imunológica e à maior predisposição para infecções fúngicas. A inflamação crônica e a dificuldade de cicatrização também contribuem para um quadro de maior vulnerabilidade.
A saúde da garganta e da voz também merece atenção especial. Infecções fúngicas na boca e garganta, como a candidíase oral (popularmente conhecida como "sapinho"), são mais comuns em diabéticos devido ao aumento dos níveis de glicose na saliva e à diminuição da imunidade. A boca seca, sintoma frequentemente associado à diabetes descontrolada, pode agravar esses quadros e causar desconforto significativo.
É vital reconhecer que a prevenção é a chave para mitigar essas complicações. O controle rigoroso dos níveis de glicose no sangue é a medida mais eficaz para proteger as estruturas otorrinolaringológicas. Manter uma dieta equilibrada, praticar exercícios físicos regularmente e seguir rigorosamente as orientações do seu endocrinologista são pilares fundamentais para a saúde geral e, consequentemente, para a saúde dos seus ouvidos, nariz e garganta.
No entanto, a vigilância não se encerra no controle glicêmico. Exames otorrinolaringológicos de rotina são igualmente importantes. A detecção precoce de alterações na audição, problemas nasais ou infecções na garganta permite uma intervenção tempestiva, evitando o agravamento de quadros e preservando a função desses órgãos vitais. A Associação Brasileira de Otorrinolaringologia (ABORL-CCF) ressalta a importância dessas avaliações periódicas para todos os pacientes diabéticos.
Na Clínica Oto One, compreendemos a complexidade da saúde do paciente diabético e oferecemos um atendimento humanizado, personalizado, com acolhimento e com excelência. Nossa equipe está preparada para entender as suas necessidades individuais, proporcionando um cuidado integral que vai além do diagnóstico e tratamento. Acreditamos que a confiança e a clareza são essenciais para que você se sinta seguro e compreendido. E para sua comodidade, nossas consultas podem ser realizadas presencialmente ou on-line, facilitando o acesso ao cuidado que você merece.
É fundamental enfatizar que, embora nossa dedicação seja para proporcionar o melhor atendimento e os tratamentos mais eficazes, a resposta de cada organismo é única e não podemos garantir resultados específicos. No entanto, o que podemos assegurar é o nosso compromisso com a excelência em cada etapa do seu tratamento, trabalhando em conjunto com você para alcançar os melhores desfechos possíveis.
Cuide-se, previna-se e invista em sua saúde auditiva, nasal e da garganta. A sua qualidade de vida depende disso. Agende sua consulta e dê o primeiro passo em direção a um bem-estar completo.
Estamos à sua disposição para esclarecer suas dúvidas e iniciar seu plano de cuidado.
Perguntas e Respostas:
Como a diabetes afeta a audição? A diabetes pode danificar os pequenos vasos sanguíneos e nervos do ouvido interno, comprometendo a função auditiva e podendo levar à perda auditiva neurosensorial.
Quais são os principais sintomas otorrinolaringológicos da diabetes? Perda auditiva, zumbido, tontura, infecções de ouvido, sinusites de repetição, rinites crônicas, infecções fúngicas na boca e garganta (candidíase oral), e boca seca.
A perda auditiva causada pela diabetes é reversível? Em muitos casos, a perda auditiva neurosensorial induzida pela diabetes é permanente. No entanto, o controle da glicemia pode ajudar a retardar a progressão e a prevenir o agravamento.
Diabéticos têm maior risco de infecções de ouvido e sinusite? Sim, devido à disfunção imunológica e à alteração dos níveis de glicose em secreções, diabéticos têm maior predisposição a infecções bacterianas e fúngicas nos ouvidos e seios da face.
Qual a importância do controle glicêmico para a saúde otorrinolaringológica? O controle rigoroso dos níveis de glicose no sangue é a medida mais importante para prevenir e retardar o aparecimento de complicações otorrinolaringológicas da diabetes.
Que tipo de exames otorrinolaringológicos são recomendados para diabéticos? Avaliações auditivas periódicas (audiometria), exame otoscópico, rinoscopia e laringoscopia, conforme orientação do otorrinolaringologista.
A boca seca é um sintoma comum em diabéticos? Como isso afeta a garganta? Sim, a boca seca (xerostomia) é comum e pode aumentar o risco de infecções na garganta, como a candidíase oral, além de causar desconforto e dificuldade na fala e deglutição.
Existe alguma relação entre diabetes e zumbido no ouvido? Sim, o zumbido pode ser um sintoma associado à neuropatia e microangiopatia diabética, que afetam o sistema auditivo.
Quando devo procurar um otorrinolaringologista se sou diabético? Recomenda-se visitas de rotina para acompanhamento e, imediatamente, se notar qualquer alteração na audição, tontura persistente, infecções recorrentes ou desconforto na garganta.
A Clínica Oto One oferece atendimento para pacientes diabéticos? Sim, oferecemos atendimento especializado e humanizado para pacientes diabéticos, com foco na prevenção e tratamento das repercussões otorrinolaringológicas da doença.
Dr. Bruno Rossini (CRM-SP 115697; RQE:34828)
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Clínica Oto One - São Paulo
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